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Professor ganha prêmio no 2º Festival Théo Brandão de Fotografias e Filmes Etnográficos

"A lapinha de Dudé" ganhou um prêmio no festival de filme etnográfico do Museu Theo Brandão.

às 12h30
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O Centro Universitário Tiradentes – Unit fomenta o ensino, pesquisa e extensão. O professor do núcleo interdisciplinar de pós-graduação Walcler de Lima, ganhou o prêmio no 2º Festival Théo Brandão de Fotografias e Filmes Etnográficos: Expressões afro-brasileiras, que aconteceu de 26 a 28 de novembro, na sede do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB) e destaca as nuances do filme vencedor.

“A lapinha de Dudé” ganhou um prêmio no festival de filme etnográfico do Museu Theo Brandão. O filme levou quase dois anos pra ser feito. Dudé é detentora de um brinquedo natalino popular chamado Lapinha, que está em vias de extinção, então a partir da pesquisa de TCC de uma ex-aluna do Unit, formada em jornalismo, Ismélia Tavares, deu-se inicio aos contatos com Dudé e as gravações. Maria José Ferreira, Dona Dudé, é mestra de folguedos e carrega de memória um autopopular natalino conhecido como Lapinha. Trata-se de uma manifestação cultural em vias de extinção em Alagoas. Este filme apresenta as estratégias de resistência dos brincantes frente a indiferença e o silêncio de poderes públicos e privados.

“Sobre o prêmio e o festival de filme etnográfico: fico muito orgulhoso e agradecido por ganhar um prêmio de menção honrosa pelo filme. Acho muito importante esse tipo de iniciativa porque aproxima a arte da universidade e ambas de questões relativas a diversidade cultural, ao convívio com diferenças, a percepção de singularidades na sociedade brasileira que, via de regra, ou ignora a importância de organizações de base popular ou as estigmatiza, taxando-as pela bitola do preconceito racial, religioso, cultural ou mesmo imputando-lhes caráter litigioso, como ocorre, por exemplo, com o tipo de cobertura jornalística dedicada a disputas de terra envolvendo remanescentes de quilombo, terreiros ou ainda movimentos como o MST. Então, esse tipo de iniciativa é valida ao contribuir com a quebra de paradigmas e juízos de valor que torcem o nariz pra cultura de origem africana e popular”, colocou Walcler de Lima.

Direção

Walcler de Lima Mendes Junior é Jornalista, documentarista e músico, professor titular II do Centro Universitário Tiradentes – UNIT e pesquisador associado ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa/ITP. Graduado em comunicação Social, Jornalismo, Mestre e Doutor em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ. Vice-Coordenador do Grupo de Pesquisa Nordestanças da UFAL. Atuando em Projeto Universal/CNPQ, Mapeamento do Patrimônio Cultural do Agreste Alagoano, e no projeto do IPHAN, Projeto de salvaguarda do patrimônio imaterial de Alagoas. Área de interesse em Etnomusicologia, Cinema, Antropologia da Imagem, Análise do Discurso, Cultura, Regionalismo e Urbanismo. Autor do livro O Sujeito arquiautor: conflitos do discurso urbano e midiático, co-organizador do livro Letras projetadas sobre fundo em movimento: palavras que dizem cinema. Diretor dos documentários etnográficos: Quilombolas da Marambaia, A Lapinha de Dudé, A saga do menino Canta e da série Cadernos de Viagem: Índia, Austrália, Nova Zelândia e Turquia. Site: https://gpnordestancas.wix.com/nordestancasfilmes

Festival

A programação do festival foi composta por mostras de filmes/fotografias, debates relacionados à cultura afro-brasileira, o tradicional “Munguzá Cultural” e da premiação dos trabalhos selecionados.

A edição deste ano do festival faz referência aos 102 anos do Quebra de Xangô, episódio que atentou violentamente os terreiros de Maceió em 1912. O evento foi realizado pelo Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), em parceria com o Laboratório Antropologia Visual em Alagoas (Aval). A coordenação ficou a cargo da diretora do MTB e da professora do Instituto de Ciências Sociais (ICS/Ufal), Fernanda Rechenberg, e pelos também professores do ICS, Siloé Amorim e Sílvia Aguiar.

O edital do festival foi direcionado a produções fotográficas e fílmicas de abordagem antropológica, situadas em contextos de pesquisas etnográficas e produções de cunho documental sobre a cultura afro-brasileira. A comissão julgadora de fotografia foi composta por Chistiano Barros Marinho, da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Martinho Mendonça, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Siloé Amorim, da Ufal, e pelo fotógrafo e cineasta, Celso Brandão.

Os filmes foram julgados pela comissão formada por Pedro Simonard, do Centro Universitário Tiradentes – UNIT, Fernanda Martins, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Sandreana Melo, da Aval, e pelo ator e diretor teatral, Marco Antônio de Campos.

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