Discutindo os amparos legais e situações reais do dia a dia da enfermagem e suas contribuições principalmente nesse momento de pandemia, a Live Tiradentes trouxe, nessa terça-feira (09), o tema: ‘Teleconsulta: Respaldo legal e perspectiva para atuação do enfermeiro’. A live foi apresentada pelos especialistas Wbiratan de Lima Souza e Rachael Miranda dos Santos.
Wbiratan é Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professor da graduação em Enfermagem e coordenador da Pós-Graduação em Urgência, Emergência e UTI da Unit/AL, entre outros títulos de especialização e pós-graduação.
Ele apresentou o conceito de teleconsulta, a consulta de enfermagem de forma remota, por meio de tecnologias seguras de comunicação online, como videoconferências e aplicativos de vídeo-chamadas com o uso de computadores, tablets ou smartphones.
Wbiratan também abordou formas de pensar a teleconsulta na enfermagem: a aplicabilidade para enfermeiros, buscando assistência de um especialista para uma segunda opinião no processo de trabalho; e entre enfermeiros e pacientes, que pode acontecer de forma síncrona, com interação de ambos, ou assíncrona, em horários diferentes e sem interação direta entre eles
O professor ainda trouxe para o debate os aspectos legais da atuação do enfermeiro, mostrando a legislação básica da enfermagem, como a Resolução COFEN 564, de 2017, em vigor, falando sobre o código de ética do profissional da área. O especialista ressaltou que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren/AL) criou uma resolução para ampliar a atuação legal do enfermeiro não só de forma presencial, mas também não presencial, regulação amparada pelo próprio Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) ainda antes da pandemia.
“Com a pandemia, tivemos que mudar um pouco nossa performance de atuação, saindo da zona de conforto da modalidade presencial e passando a atuar também em outras modalidades necessárias para o momento. Antes da pandemia o COFEN já havia criado, por meio da resolução 568, de 2018, outras possibilidades de atuação, como a criação de clínicas e consultórios de enfermagem”, frisou Wbiratan.
O professor complementou que com a pandemia, os profissionais chegaram a ter dúvidas se poderiam, ou não, realizar as teleconsultas de enfermagem na atuação contra à covid-19. A questão, todavia, foi logo elucidada pelo COFEN que autorizou a prática por meio da resolução n° 634/2020, de 26 de março de 2020.
Registro de informações e novos métodos ainda na graduação
Em seguida, foi a vez de Rachael Miranda dos Santos iniciar sua explanação. Rachael é do Rio de Janeiro, Mestre em Enfermagem Assistencial pela UFF, professora da Universidade Estácio de Sá, membro do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Telessaúde da Policlínica Piquet Carneiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e atualmente é coordenadora de Enfermagem do Centro de Terapia Infusional e Biológica da UERJ.
A especialista falou sobre a importância da normatização e registro de informações sobre teleconsulta para que o enfermeiro tenha um maior respaldo legal para a prática, com ações já repassadas na formação dos profissionais.
“Esse é um momento crucial para começar a discutir a telenfermagem e o uso das tecnologias da informação para a prática da enfermagem já na graduação. Precisamos que esse debate faça parte da formação do enfermeiro para que ele tenha o contato com essas tecnologias desde cedo e consiga se adaptar melhor dentro desses processos”, afirmou Rachael.
Ela reforçou a relevância da utilização de novas ferramentas tecnológicas para a teleconsulta. “A pandemia veio para nos tirar da zona de conforto e nos fazer repensar nossas práticas. A teleconsulta via smartphones e outras tecnologias fazem todo sentido nesse momento e têm se mostrado muito eficazes, sobretudo no cenário de recessão, já que ela traz economia aos cofres públicos e empresas”, concluiu Rachael.
Assista a live completa aqui.