Noites mal dormidas podem ser a causa de diversos problemas: irritabilidade, dificuldade para se concentrar, comprometimento da produtividade e até baixa na imunidade. Especialistas alertam que cuidar do sono é fundamental para manter a saúde física e mental em todas as idades, do nascimento à velhice. Criar uma rotina saudável a partir da mudança de hábitos é o que propõe a ‘higiene do sono’, expressão cada dia mais comum nos consultórios de médicos e psicólogos.
A psicóloga e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), Karolline Helcias explica que o termo nasceu nos consultórios onde a medicina do sono é aplicada e hoje é difundido também nos tratamentos de transtornos, estresse pós-traumático e outras disfunções de ordem psicológica.
Além disso, a higiene do sono é necessária em caráter preventivo. A pesquisa Philips Global Sleep, realizada em 2019, mostrou que 62% dos adultos entrevistados têm a sensação de que não dormem o suficiente. Mais de 11 mil pessoas foram entrevistadas em 13 países e apontaram diversos motivos para o sono curto, incluindo estresse em casa e jornadas caóticas de trabalho ou estudo.
“Com o crescimento das atividades de home office e home school em 2020, estabelecer rotinas para um sono saudável passou a exigir ainda mais das famílias”, comenta a psicóloga. Ela destaca, todavia, que a mudança de pequenos hábitos pode contribuir muito para uma rotina de maior bem estar e saúde.
Karolline explica que é fundamental estabelecer rotinas para que o cérebro reconheça o tempo de cada atividade durante o dia. Se o ambiente de trabalho ou estudos é o mesmo do descanso, é possível criar hábitos que ajudem a desconectar na hora certa.
E não adianta reclamar: é importante desligar as telas dos eletrônicos pelo menos duas horas antes de dormir, pois o computador, celular ou mesmo televisão na cama podem comprometer muito a qualidade do sono.
Cinco dicas para a higiene do sono
- Horário para dormir – determine um horário para dormir e obedeça-o pelo menos na maioria das noites. Imprevistos podem acontecer, mas devem ser exceção;
- Dê sinais ao cérebro – diminua a luminosidade e os sons da casa. A pouca luz ajudará seu cérebro a entender que chegou o momento de descansar;
- Rituais de relaxamento – crie um ritual que te ajude a relaxar, pode ser um banho morno, a leitura de um livro que traga paz ou uma música suave;
- Problemas só amanhã – não deixe que as preocupações tomem conta da sua mente. Caso lembre de algum problema, mantenha um caderninho ao lado da cama e escreva-os, isso ajudará seu cérebro a não pensar neles;
- Telas fora do quarto – é importante desligar ou silenciar celulares, computadores e tablets pelo menos duas horas antes de ir dormir. Deixe os equipamentos longe do quarto para evitar a tentação de olhar as notificações. Você pode usar um antigo despertador para acordar pela manhã.
A especialista Karolline Helcias adverte que antes de apresentar justificativas para não investir na mudança de hábito, é preciso pensar em todas as consequências que as noites mal dormidas poderão trazer à saúde.
“A má qualidade do sono interfere no nosso humor e contribui para desenvolver ou agravar transtornos mentais, como a ansiedade. Noites insones ainda prejudicam o sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a doenças físicas, podendo desencadear problemas de obesidade, diabetes e pressão alta, entre outras”, alerta.
Por Clarissa Veiga – Algo Mais Consultoria e Assessoria