Com a proximidade da primavera no hemisfério sul, a incidência de luz solar aumenta e, com isso, algumas pessoas apresentam ainda mais desconforto na visão, dificuldade em manter os olhos abertos e até dores de cabeça. Elas podem se enquadrar no diagnóstico de fotofobia ou hipersensibilidade à luz e não saber, impedindo que possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Mas como identificar os sinais?
A fotofobia não é exatamente uma doença, mas um desconforto visual que acomete pessoas que não reagem bem ou conseguem manter os olhos devidamente abertos quando expostos à claridade – inclusive a artificial – intensa ou regular, como destacou a oftalmologista Marina Ribeiro, professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL). Entre seus sintomas, estão ardor, desconforto ou incômodo quando o paciente está exposto ao sol, à luz artificial ou telas.
Esse desconforto pode ser causado por falta de pigmento na íris ou na retina (como pessoas com olhos claros e albinismo, por exemplo), por alguma alteração ocular (conjuntivite, olho seco, blefarite, uveíte, ceratite ou qualquer inflamação ocular) e erros de refração (ametropias), como o astigmatismo.
Ou então, alerta a oftalmologista, pode ter causa uma neurológica, como a enxaqueca ou outras doenças mais graves, como casos de inflamações nos olhos. Ou seja, a sensibilidade à luz é um sintoma de algo maior ou o “gatilho” que provoca a enxaqueca, condições que devem ser acompanhadas e investigadas com médicos especializados.
“A fotofobia não gera danos ao olho, o que deve ser tratado é a causa base. Lembrando que qualquer radiação ultravioleta, dependendo da frequência e intensidade, pode gerar lesões nas estruturas oculares como retina e córnea”, frisou.
Tratamento da Fotofobia
A fotofobia que não resulta de outras condições não tem um tratamento específico, explica a oftalmologista Marina Ribeiro, e o paciente é orientado quanto a estratégias para minimizar o desconforto ocular. “A convivência com a fotofobia é possível e deve ser com a proteção de óculos escuros, descansos de telas e filtros blue blocker para os computadores”.
Por João Paulo Macena e Mariana Lima – Algo Mais Consultoria e Assessoria