A exposição traz um conjunto de desenhos, charges e fotografias de artistas genuinamente alagoanos e atentos ao universo das artes. Eles apresentam possibilidades renovadoras quanto ao modo de raciocinar, praticar e admitir a atmosfera evolutiva da contemporaneidade. O conteúdo exposto é assinado por nomes como Enio Lins, Felipe Camelo, Joaquim Prado, Léo Villanova e Roberto Fernandes, sob a curadoria de Rogério Gomes.
Dois dos cinco artistas que participam de ALas acompanharam a visita dos universitários e puderam falar um pouco sobre o processo criativo das obras. Um deles foi o publicitário Léo Villanova, que vem do universo do desenho e da charge. Ele priorizou uma iconografia histórica de Maceió que transcende o vetor memorialista. A partir de uma perspectiva crítica, denuncia a alienação irreversível do presente frente a frágil desamparada postura do passado.
Já Roberto Fernandes, com suas imagens das romarias, põe em questão o comportamento humano numa sociedade idiossincrática desigual, cujas induções político-religiosas arrogam-se em fatores ostensivos. Para Fernandes, “ter pessoas interessadas no trabalho é sempre bom, é maravilhoso”.
O fotógrafo documentarista revelou que estuda muito, passa noites pesquisando. Mas, o momento de contato com o interesse do público, como a visita numa exposição, não tem preço. “Eu prefiro estar aqui com um grupo de pessoas que tem interesse em aprender. Para mim, esse momento é fantástico, é uma das grandes oportunidades que tive”, completou.
“A oportunidade de ter contato com obras de artistas alagoanos e poder debater com alguns deles sobre suas concepções foi estimulante”, falou o estudante de jornalismo, Eduardo Araújo, que é também monitor de fotografia do Unit. Ele acrescentou que é de grande valia estar a par da produção artística alagoana e poder acrescentar essa experiência no repertório intelectual. “Cada artista, de seu jeito, transmite muito da cultura alagoana. Sem dúvidas, meu interesse por artes plásticas aumentou consideravelmente”, concluiu ele.
A professora Danielle Cândido, que acompanhou a visita dos universitários, explicou que a proposta de sair um pouco de sala de aula é conseguir alcançar algumas sensações. “Estar num ambiente, como numa galeria de arte, nos proporciona experiências que a melhor descrição não conseguiria alcançar”, justificou.
“É depois de uma exposição teórica e analítica que o estar presente e o sentir nos permite muito mais conhecimento”, acrescentou a professora. A visita, segundo ela, foi ainda mais enriquecedora por conta da presença dos artistas que proporcionaram um diálogo enriquecedor.