Aléxia sempre teve o sonho de ser dentista e cuidar do sorriso das pessoas e por inspiração do marido Carlos Eugênio Ernesto, que também é estudante de Odontologia, ela revolveu se dedicar a carreira que preza pela saúde bucal e harmonia facial. As aspirações de futuro são inúmeras e entre elas estão a independência financeira e o sucesso profissional. Ainda no terceiro período, a aluna já se identifica com algumas áreas, a de implantes dentários e a de estética.
Casada há mais de um ano, Aléxia conheceu Carlos em Arapiraca, através de amigos em comum e após três anos de namoro eis que veio uma das melhores notícias de sua vida, o resultado do exame Beta HCG, que continha a palavra reagente para o teste de gravidez. “Descobri minha gravidez muito nova, foi um misto de surpresa, expectativa, medos e apreensões. Cheguei até a pensar que não conseguiria conciliar a faculdade com minhas novas obrigações. Acreditei por algum tempo que tudo iria contribuir para que eu desistisse, mas para minha alegria estou conseguindo caminhar e administrar todas as coisas”, afirma Aléxia.
Os nove meses de gestação do Henri foram compostos pelos sentimentos mais nobres e singelos, muitos desejos alimentares e nenhum enjoo. O que permitiu com que Aléxia tivesse uma gravidez repleta de autonomia e independência, sem nenhuma restrição ou cuidados especiais. “Meus nove meses de gravidez foram incríveis, não enjoei de nada, nem de cheiros, nem do marido, nem de fazer compras no shopping. Meus desejos alimentares não foram tão genuínos, mas como uma boa grávida eu precisava honrar a tradição e fazer alguns pedidos especiais ao meu marido, que com muito amor e disposição realizava cada um deles. De fato fui uma grávida independente, até de ônibus eu andava, não tive nenhuma restrição e sempre fiz tudo que desejei”, relembra a mãe.
O sentimento de mãe foi despertado quando Aléxia pôde ouvir os batimentos do coraçãozinho do Henri em seu primeiro ultrassom e ele ganhou ainda mais força e dimensão quando ela pôde ver as formas de seu corpo. “Eu soube que eu era mãe quando vi meu filho na tela do computador, ele estava ali, estava bem e estava chegando. Foi algo indescritível, nunca mais me esquecerei desse dia”, confessa.
Nascimento
No dia 18 de fevereiro de 2016, Henri resolveu chegar ao mundo por meio de um parto cesariana. Quando o oxigênio preencheu e expandiu seus pulmões ele gritou, chorou e anunciou que era chegado o momento tão especial de conhecer seus pais. Após algumas horas, a equipe médica comunicou a Aléxia que seu filho havia nascido com a cabecinha um pouco menor, mas que ele ainda não havia sido diagnosticado com microcefalia.
“Durante toda a minha gestação Henri cresceu de forma saudável e tranquila, mas foi no parto em que eu descobri que ele tinha microcefalia. Neste momento eu jurei que viveria só pra ele. Senti preocupação e tristeza, pois quando descobrimos que nosso filho vem de uma forma especial, de uma forma que não esperamos e que não conhecemos, o medo bate em nossa porta”, ressalta Aléxia.
Crescimento
Um ano se passou e Henri segue com uma agenda cheia de prioridades, tratamentos, consultas e exames. Ele é acompanhado por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, durante quatro dias por semana, manhã e tarde. Uma rotina exaustiva que é sempre acompanhada por seus pais, que se revezam nos cuidados diários.
Com tantos estímulos que recebe ele vem apresentando alguns sinais de desenvolvimento motor, embora já tenha sofrido alguns comprometimentos na visão e na audição. Por ser um bebê com microcefalia a irritabilidade é uma das características mais marcantes nele, mas os pais sempre têm um jeitinho para conduzir os choros e manhas.
“Meu filho é muito especial para mim, mesmo ele tendo muitas prioridades, com tratamentos diários, eu me dedico muito a ele. Ele é uma prioridade máxima na minha vida. Ele é saudável, não respira por aparelhos, não precisa ficar internado em um hospital e vive a vidinha dele. É um bebezinho irritado, às vezes tem crises convulsivas e precisa de atenção 24h, mas ele é sensacional, só em a gente falar ele já sorri e também reconhece a nossa voz, possuímos um vínculo muito grande com ele”, afirma a mãe.
Dia a Dia
As rotinas diárias do Henri são conduzidas pelos pais e com o suporte da avó da Aléxia. Quando o casal precisa viajar, ir a alguma reunião social ou está em aula, ela chega junto. “Nossa faculdade é integral o que restringe muito nosso tempo livre. Nossos professores são muito parceiros e compreensivos, nos apoiando e incentivando a não desistir de nosso sonho profissional. Tentamos organizar nosso tempo, inclusive para termos o nosso momento, para falarmos sobre nós, sobre nosso futuro”, destaca a estudante.
Ser Mãe
Ser mãe é um verdadeiro privilégio e é assim que Aléxia se percebe. “Sou uma mãe dedicada, atenciosa, amorosa e tudo que meu filho precisar eu farei por ele, estando ao meu alcance ou não, eu sempre darei um jeito, inclusive minha vida dou por ele”, garante.
Para aquelas mães que assim como Aléxia foram surpreendidas pela microcefalia em seus filhos, a jovem deixa eu recadinho todo especial. “Muitas vezes acreditamos que não vamos conseguir, que não vamos aguentar e que não teremos forças, mas acreditem, se apeguem a Deus, Ele me fortalece todos os dias e vai poder renovar a fé de todo aquele que o buscar, tudo vai dar certo”, completa.
Em meio a lágrimas, Aléxia resume o sentimento materno. “O meu Henri é tudo pra mim, pode ser que ele não consiga fazer muitas coisas, mas se ele conseguir fazer algo, por menor que seja, isso já será o suficiente para mim. O amor que eu sinto por ele é tudo na minha vida, nada mais importa, o amor supera tudo. O amor que eu sinto por ele é inexplicável! Só em meu filho ter vida e sorrir para mim todos os dias, esse é o maior presente que uma mãe poderia ter. Neste meu segundo Dia das Mães, eu, com certeza, sou a mãe mais feliz do mundo”.